quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Bruno Covas surge como liderança tucana


O tucano Bruno Covas: cotado para assumir a presidência da Alesp

Releeito para o segundo mandato de deputado estadual pelo PSDB, Bruno Covas é uma promessa no ninho tucano paulista. Neto do ex-governador Mário Covas, ele se destacou em seu primeiro mandato por um desempenho exemplar e obteve resultado glorioso nas urnas, que o reelegeram com 239 mil votos. É o deputado mais votado no Estado para o parlamento paulista e está apto para assumir o próximo mandato como presidente da Assembléia Legislativa. Porém, tucanos mais experientes aspiram a vaga e ele, que conta com a simpatia do Governador eleito, Geraldo Alckmin, não revela sua estratégia para chegar ao cargo. Bruno Covas falou ao blog sobre suas aspirações e expectativas de futuro imediato. Confira abaixo:


Blog - O senhor é deputado estadual mais votado do Estado, eleito para o segundo mandato. A que atribui esse sucesso eleitoral?

Bruno Covas -
Foram vários fatores. O fato de ter um mandato participativo e preocupado com a ética, a transparência. De ter trabalhado muito. O fato de ter sido eleito pelo Movimento Voto Consciente o deputado mais atuante do Estado e, finalmente, ter contado com a declaração de votos de pessoas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.



Blog - O PSDB sofreu uma grande derrota no embate contra o PT, na busca pelo retorno ao Palácio do Planalto. Alckmin também falhou contra Lula e Serra sofreu duas derrotas na mesma tentativa. FHC é insubstituível?

Bruno Covas -
Vejo um quadro político razoavelmente equilibrado. Apesar do PT ter eleito Dilma Rousseff Presidente da República, o PSDB obteve 47% dos votos no país, com a eleição de oito governadores. O partido saiu mais fortalecido das urnas, saiu como a principal força política de oposição. É o único partido com governadores eleitos em todas as regiões geográficas do país. Isso é bom para a democracia e para alternância de poder. Fernando Henrique Cardoso é, sem dúvida, uma liderança cuja força e contribuição são inestimáveis e inegáveis, não apenas para o partido, mas para o país. É dele e do PSDB a paternidade, a autoria da grande mudança que transformou o Brasil.



Blog - Eu entrevistei várias vezes, o então senador Mário Covas, seu avô, quando era repórter no Diário de Bauru. Tinha admiração profunda por ele, pela ética e firmeza de princípios. Não vi em seus sites nenhuma foto com ele. Qual foi sua relação com seu avô?

Bruno Covas -
Minha relação foi muito próxima. Logo que terminei o ensino fundamental, decidi vir para São Paulo e morei com ele e minha avó no Palácio dos Bandeirantes. Já havia escolhido a carreira política. Disse isso a ele que me respondeu: “então estude, estude muito”. Fiz isso. Meu avô é o meu grande exemplo de vida pública.



Blog - O senhor acha que o PSDB perdeu seu vigor com as mortes de Franco Montoro e Covas?

Bruno Covas -
Mario Covas e Franco Montoro eram, sem dúvida, grandes nomes, fundadores do partido. Claro que fazem falta, mas o partido tem, para sobreviver, que se renovar, criar espaço para novas lideranças. Que eles possam ser exemplo para as novas lideranças.



Blog - Agora o poder no partido se concentra nas mãos de Geraldo Alckmin e Aécio Neves. A sua trajetória se assemelha a de Aécio, que começou deputado se tornou um dos governadores de maior aprovação popular do Brasil. Seus planos são também de chegar ao executivo a médio prazo?
Bruno Covas -
Geraldo Alckmin e Aécio Neves colhem frutos de enorme capacidade de trabalho e realizações. Tenho 30 anos, estou no meu segundo mandato. Reeleito com o dobro dos votos da primeira eleição. Tenho um caminho a cumprir que não descarta, como em qualquer profissão, novos desafios.




Blog - Seu nome é cotado para ocupar a presidência da Assembléia Legislativa de SP, mas o entrave é o atual presidente Barros Munhoz, que deseja a reeleição e também é da base aliada (do mesmo partido) do governo. Como vai se dar essa disputa? O fato de o senhor ter um bom relacionamento com o governador eleito, Geraldo Alckmin, pode lhe ajudar?

Bruno Covas -
Existe uma tendência de achar que o deputado mais votado tem de ser o presidente da Assembléia. Nas últimas legislaturas isso não ocorreu. É, sem dúvida, um grande desafio, mas o assunto é ainda bastante prematuro. Não houve sequer uma reunião dentro da bancada do PSDB.
Nota do blog: O governador eleito Geraldo Alckmin, determinou a realização de uma prévia para a escolha do candidato do partido à presidência da Assembléia. Bruno Covas deve disputar com Barros Munhoz e Celino Cardoso a vaga, informa o Painel da Folha, hoje.


Blog - O senhor é apontado como um dos deputados mais atuantes do parlamento paulista pela ONG Voto Consciente, uma respeitada entidade paulistana, o que resultou nisso?
Bruno Covas -
Muito trabalho, compromisso e um mandato participativo preocupado com a ética, a transparência. Presença em plenário, proposição de projetos e comunicação de cada passo do mandato.



Blog - Como liderança emergente do PSDB paulista, como o senhor avalia a situação atual da legenda em nível estadual? Qual será o destino de José Serra nesse momento?
Bruno Covas
- Em São Paulo o PSDB elegeu Geraldo Alckmin no primeiro turno. Um reconhecimento do trabalho realizado. O partido saiu fortalecido. Quanto ao ex-governador José Serra ele é, sem dúvida, um importante nome. É cedo para definir qual será a direção que ele deseja tomar. O que sabemos é que, caso seja feita uma pesquisa em São Paulo para prefeitura, por exemplo, seu nome aparecerá em primeiro lugar.



Blog - Rio Preto tinha no deputado Vaz de Lima, eleito federal, um forte interlocutor com o governo. O senhor vai preencher essa lacuna, terá mais presença na região Noroeste do Estado, a partir deste ano?
Bruno Covas -
Com quase dois mil votos obtidos, devo a Rio Preto, em primeiro lugar meu agradecimento, em segundo, a exemplo do primeiro mandato, minha presença, atuação e apoio a projetos importantes e entidades que realizam trabalhos sociais importantes na cidade. Preencherei, certamente, ao lado de outros parlamentares, qualquer possível lacuna que possa existir.

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