segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Há 35 anos


Morria Vladimir Herzog, jornalista, vítima da repressão militar, numa cela do DOI-CODI, em São Paulo. Herzog atuava no Estadão, foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e diretor de jornalismo da TV Cultura. Em outubro de 1975, foi preso para depoimento por ser membro do Partido Comunista Brasileiro e encontrado morto dias depois. Sua morte gerou uma onda de protestos de toda a imprensa mundial, mobilizou e iniciou um processo internacional em prol dos direitos humanos na América Latina, em especial no Brasil, e impulsionou o movimento pelo fim da ditadura militar brasileira.

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Vladimir, era croata naturalizado brasileiro. Seu nome de origem era Vlado, mas ele mudou para Vladimir. Vlado, se tornou ícone para os estudantes de jornalismo da década de 80. Conheci sua história, em 1985, quando iniciei jornalismo na Unesp Bauru. Foi na Semana Vladimir Herzog, onde estiveram sua viúva, Clarice Herzog, o escritor Fernando Morais e outros nomes da imprensa nacional que conviveram com ele. Me pergunto se os alunos de faculdades de jornalismo, hoje, sabem quem foi Vlado. O fim do diploma é na verdade o desmonte do bom jornalista, a limitação da visão crítica. Pois, sem conhecimento da história do jornalismo e seus personagens, qualquer um pode se dizer jornalista. A morte de Herzog foi o poder da força contra o das idéias. A repressão pura e simples. Hoje, se tornar "jornalista" ficou mais fácil.

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